segunda-feira, 4 de junho de 2018

São Paulo.

São Paulo
Fria, triste, cinza
Concreta como eu
Desigual como eu
Debaixo de cada viaduto robusto
Guarda gente frágil como eu
Guarda o frio gélido das madrugadas como eu
E guarda um rio de lágrimas quentes
Que inundam meu rosto figurante;
São Paulo
Me entristece profundamente
Porque onde guarda tesouros capitais
Tritura retirantes cinzas vindos de galáxias cinzas
Que são deixados a sós às ruas cinzas
Entre os prédios e muros também cinzas
E sob o céu cinza da nossa Paulicéia louca elitista
Dura, fria, concreta e tão sozinha
Grita por nós para derrubarmos os muros
E semearmos, novamente, homens e cores.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagem em destaque

Sobre escrever.

Escrever é preciso, ser lido já é outra coisa Escrever é necessidade, impulso, grito Ser lido é invasão, dedo na cara, condenação Jul...