De mim, só tenho pedaços
Partes guardadas sem tempo datado
Fui ficando com o que dava
Ora uma pedaço de perna
Ora um braço quase intacto
Ora uma parte do peito;
Outra vez tentei salvar meus lábios
Mas me traíram e calaram-se...
Tentei arrancar minhas mãos
Mas como são firmes e grandes
Não se extirparam dos braços não;
Fiquei com elas
Depois até me foram úteis
Mas os cabelos arranquei todos
Fio por fio enquanto tramava
Um acordo com a vida... eu queria a minha parte!
Eu pensava e por mais que tentasse cessar
Não conseguia parar...
Então machuquei minha cabeça,
Olhos, ossos, estômago e rins
Torturei o coração, queria nocauteá-lo de vez
Mas errante e tolo, ele resistia e continuava sua melodia
Tum-tum, tum-tum, tum-tum, tum-tum....
E assim perdi a longa batalha
Fiquei com a vida sem nenhuma garantia
Juntei os pedaços todos dentro de um caderno
As mãos escrevem passagens sobre os dias
Renascer da morte em cada linha escrita
É resistência dos versos em pulsar
Colher poesia onde só tínhamos solo árido e sertão;
Fui ficando com o que dava
Ora uma pedaço de perna
Ora um braço quase intacto
Ora uma parte do peito;
Outra vez tentei salvar meus lábios
Mas me traíram e calaram-se...
Tentei arrancar minhas mãos
Mas como são firmes e grandes
Não se extirparam dos braços não;
Fiquei com elas
Depois até me foram úteis
Mas os cabelos arranquei todos
Fio por fio enquanto tramava
Um acordo com a vida... eu queria a minha parte!
Eu pensava e por mais que tentasse cessar
Não conseguia parar...
Então machuquei minha cabeça,
Olhos, ossos, estômago e rins
Torturei o coração, queria nocauteá-lo de vez
Mas errante e tolo, ele resistia e continuava sua melodia
Tum-tum, tum-tum, tum-tum, tum-tum....
E assim perdi a longa batalha
Fiquei com a vida sem nenhuma garantia
Juntei os pedaços todos dentro de um caderno
As mãos escrevem passagens sobre os dias
Renascer da morte em cada linha escrita
É resistência dos versos em pulsar
Colher poesia onde só tínhamos solo árido e sertão;
A sede quem nos fez enchentes.
(Mariana de Almeida).

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