São demais os perigos dessa vida, já disse o nosso poeta Diplomata, o nosso branco mais preto do Brasil. São tantos os perigos e tantas armadilhas e eu caí em todas elas. Às vezes me lembro da minha infância e de como fui infeliz com meu irmão doente e como não poderíamos gerar filhos felizes e talvez nem netos felizes. Terrores noturnos que não eram pesadelos, era a vida real sem deus nenhum para nos proteger, nenhuma oração podia nos abençoar. A maldição fora nosso carma, mas tinha alguma nuance de beleza entre o terror e a trilha sonora de Legião Urbana e Led Zeppelin, herança rica do meu amado irmão, agradeço por ele na minha vida triste, agradeço e agradeço! Nenhuma vida é inútil e a sua para mim foi preciosa! Nada significa nada para mim, nenhum bem, nenhum vintém, nada! Só a sua presença junto a minha nas noites de aço e carvão, você era minha luz. Não me importa terras, casas, carros, ouros.... só guardo nojo disso tudo. De você só guardo o mais puro amor e minha gratidão. O resto é perfumaria barata de armazém de bairro.
Foram anos loucos aqueles que moldaram nossas vidas para sempre, foram injustiças em plena luz do dia, foram palavras cortantes como navalhas afiadas na carne, foram traições sem nenhum remorso, foram desejos de vida e morte em pleno meio-dia entre os cacos de vidro misturados no almoço de nossas vidas.
Seguimos do jeito que se segue, um pouco míopes, um pouco mancos, um pouco órfãos, um pouco sós. Você foi mais longe, meu irmão e se isso te fez bem, então me fez bem também. Do resto não sinto nada, é só um dia após outro dia, após outro e após outro dia que um dia findará sem mais nem porquê.
(25/07/2018)
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