segunda-feira, 30 de julho de 2018

Novo livro.

Ganhei um mesmo livro de uma mesma pessoa
A capa agora era dura, nova edição, muito mais elegante
Fiquei receosa em aceitar, mas veio como presente
E presentes são presentes, merecemos aceitar
Abracei o livro com força enquanto deitei em minha cama
Chorei sem saber ao certo o porquê...
Da primeira vez que o li esperava mais do final,
Quem sabe um final épico que pudesse nos redimir
Nessa segunda leitura, interpretei entrelinhas
Havia delicadezas quase imperceptíveis...
Porém, o final agora era belo e fazia todo sentido
Prolongar tal história seria enfadonho 
Perda de tempo para as personagens 
Que anseiam por novos enredos e desfechos
Recebi meu presente com gratidão, foi realmente belo
Encontrei o ponto final que faltava para minha ilusão
E iniciei um novo parágrafo no meu coração.

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas
Fotografar é parir com os olhos.

Poesia é a revelação das fotos
Que nunca foram tiradas.


Imagem e palavras: (Mariana de Almeida).

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I Know...


Dói meu coração pensar em você
Nunca te amei e nem irei, eu sei
Mas dentro do peito
Te amo absurdamente
Se diz algo triste, eu não esqueço
E me tortura, por dias, o pensamento
Se diz algo que não sei
Corro pesquisar porque preciso te saber
Se diz algo alegre ou escrachado
Mata-me de rir e fico feliz de alguma forma ao teu lado;
Nossa matéria está longe e tememos por nossa desgraça
Sabemos que as melhores alegrias antecedem os piores infernos
Sabemos que depois do amor tudo é deserto...
Te amo desesperadamente e por isso não posso
Correr o risco de te amar e te perder.

(Mariana de Almeida).

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quarta-feira, 25 de julho de 2018

Sonhos.

Matam sonhos diariamente
Eles não sabem que é inútil
Os sonhos nunca morrem
Quem morre é o homem.


A imagem pode conter: atividades ao ar livre, natureza e água

Os dias foram assim.

   São demais os perigos dessa vida, já disse o nosso poeta Diplomata, o nosso branco mais preto do Brasil. São tantos os perigos e tantas armadilhas e eu caí em todas elas. Às vezes me lembro da minha infância e de como fui infeliz com meu irmão doente e como não poderíamos gerar filhos felizes e talvez nem netos felizes. Terrores noturnos que não eram pesadelos, era a vida real sem deus nenhum para nos proteger, nenhuma oração podia nos abençoar. A maldição fora nosso carma, mas tinha alguma nuance de beleza entre o terror e a trilha sonora de Legião Urbana e Led Zeppelin, herança rica do meu amado irmão, agradeço por ele na minha vida triste, agradeço e agradeço! Nenhuma vida é inútil e a sua para mim foi preciosa! Nada significa nada para mim, nenhum bem, nenhum vintém, nada! Só a sua presença junto a minha nas noites de aço e carvão, você era minha luz. Não me importa terras, casas, carros, ouros.... só guardo nojo disso tudo. De você só guardo o mais puro amor e minha gratidão. O resto é perfumaria barata de armazém de bairro.
   Foram anos loucos aqueles que moldaram nossas vidas para sempre, foram injustiças em plena luz do dia, foram palavras cortantes como navalhas afiadas na carne, foram traições sem nenhum remorso, foram desejos de vida e morte em pleno meio-dia entre os cacos de vidro misturados no almoço de nossas vidas.
   Seguimos do jeito que se segue, um pouco míopes, um pouco mancos, um pouco órfãos, um pouco sós. Você foi mais longe, meu irmão e se isso te fez bem, então me fez bem também. Do resto não sinto nada, é só um dia após outro dia, após outro e após outro dia que um dia findará sem mais nem porquê.


(25/07/2018)

sexta-feira, 20 de julho de 2018

Canção suicida.

Papai, não estou nada bem
Nenhum propósito fincou raiz no meu solo seco
Nenhuma palavra doce
Regou meu jardim de flores;

Mamãe, não estou nada bem
Nenhum amor de cinema vivi, nenhum sucesso galguei
Não conquistei níquel, nem ouro nem terras
Perdi tudo numa aposta maldita com os astros;

Filha, eu não estou nada bem
Te amar desesperadamente e não poder te ajudar
Tem matado-me lentamente
Como conta-gotas de facadas acertando-me o peito
Te quis mais que tudo
Desde o fundo do ventre
Até os poros da pele
Mas no jogo da vida, eu perdi;

Amigos, eu não estou nada bem
Continuar dia após dia essa busca vã
Tem me causado febre e torpor
Noites insones, gastura e insensatezes terríveis;
Nada me traduz nem completa
A vida calou-me
E em profundo silêncio quero estar;

Vim, vi e sofri.

(Mariana de Almeida.)

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