quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Roda gigante.

É sempre a mesma roda gigante
Que carrega e gira a nossa história;

É sempre na mesma volta
Que a roda enguiça e range;
E a história triste insiste
E reedita os mesmos velhos fatos;

É sempre a mesma luta
Pela pouca liberdade
É sempre o mesmo mal
Que fabrica o ódio em doses matinais
Impressos nos jornais;

E sempre é o mesmo ódio
Que fabrica armas e venenos
Para destruirem todos os lírios
Do nosso pequeno quintal;

É sempre a mesma noite escura
Que nos enche o sono de horror
É um céu sem estrelas
É um chão sem flores;

E a roda gigante do mundo
Embora enguiçada, velha e louca
Continua girando, girando
Enquanto range, range...

(Mariana de Almeida).
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagem em destaque

Sobre escrever.

Escrever é preciso, ser lido já é outra coisa Escrever é necessidade, impulso, grito Ser lido é invasão, dedo na cara, condenação Jul...