Maria era uma dessas meninas que estão na vida
Sem saber de onde vinha, sem saber para onde iria
Dessas meninas sem eira nem beira,
Que da vida só levam rasteiras
Maria menina cresce e vira Maria Mulher
Dos sonhos de menina de Maria, nenhum restaria
Maria queria ser artista de circo, mas acabou sendo artista da vida
Sustentava um marido e três filhos com um salário mínimo
Maria acordava cedo para poder fazer a mesa
As vezes tinha pão, às vezes não tinha não
As vezes coava café, às vezes só lhe restava fé
Maria sofria por deixar os meninos à vela
Mas quem cresce na favela sempre encontra uma reza
E a vida leva Maria do subúrbio à cidade
Em seus ônibus lotados de gente atrasada
Vai Maria e volta Maria que nunca desiste
De ser na vida, só o seu sonho de menina.
(Mariana de Almeida).
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