Por que ainda em pleno século XXI a palavra feminismo assusta tantas mulheres, além do homens?
Se o feminismo, diferente do machismo, não ameaça ninguém e traz luz às mulheres do mundo, validando seus direitos e desejos individuais, por que a ideia da mulher ser livre ainda assusta
tanto?
Aquela balela contada ao longo da evolução da humanidade de que as mulheres vieram da costela do homem é tão enraizada no inconsciente coletivo e disseminada por instituições religiosas
que muitas ainda submetem-se às ordens e desejos dos homens, obedecendo-os incondicionalmente.
Quando uma mulher desperta e consegue enxergar sua humanidade, seus desejos, seus sonhos e seu próprio corpo independente da autoridade moral e política dos homens, ela descobre-se
um ser crítico social e daí seu desejo de liberdade imerge e vem à tona.
É como um despertar instintivo da mulher-loba que trazemos em nosso íntimo, como bem disse a psicanalista e escritora Clarissa Pinkola Estés ao falar sobre a mulher selvagem que habita
em nós, a mulher que se recusa a ser domesticada para servir aos homens e ao sistema capital, mesmo correndo sérios riscos de vida. Quantas mulheres ainda hoje morrem por desafiar as leis impostas pelo patriarcado
ao negarem a eles a
subserviência?
Hoje o feminismo intimida tantas mulheres exatamente pelo retrocesso social o qual temos vivido, o feminicídio explodiu
nas estatísticas e nos noticiários diários das grandes mídias. Os homens estão nos matando mesmo! Nos matam por negarmos sexo, por negarmos um relacionamento que não nos interessa mais, por negarmos
suas vontades, por negarmos sua violência e por negarmos seus privilégios que não cabem mais nessa realidade.
A cada cinco dias, no estado do Rio de Janeiro, uma mulher é assassinada pelo simples fato de ser mulher, segundo o Dossiê Mulher, estudo
feito anualmente pelo Instituto de Segurança Pública (ISP). Já em termos de País, o Brasil ocupa o 5º lugar no ranking mundial de feminicídios, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas pra os Direitos Humanos (ACNUDH).
O país só perde para El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia em número de casos de assassinato de mulheres.
Quem poderá nos salvar? A igreja? O Estado? O Mercado? A ONU? Infelizmente parece que nenhum destes. Pelo que tudo indica, as mulheres só podem contar uma com outras. São as mulheres quem podem educar os novos homens para esse tempo em que elas devem ser vistas como seres humanos autônomos, além importância da criação de políticas públicas e para isso devemos eleger vereadoras, deputadas e líderes de governo municipais, estaduais e federal que lutem pelos direitos humanos e civis das mulheres.
Só assim poderemos tomar medidas reais para frear esse genocídio o qual estamos vivendo, ou melhor, o qual estamos morrendo.
Moços, parem de nos matar!!!
(Mariana de Almeida)

Quem poderá nos salvar? A igreja? O Estado? O Mercado? A ONU? Infelizmente parece que nenhum destes. Pelo que tudo indica, as mulheres só podem contar uma com outras. São as mulheres quem podem educar os novos homens para esse tempo em que elas devem ser vistas como seres humanos autônomos, além importância da criação de políticas públicas e para isso devemos eleger vereadoras, deputadas e líderes de governo municipais, estaduais e federal que lutem pelos direitos humanos e civis das mulheres.
Só assim poderemos tomar medidas reais para frear esse genocídio o qual estamos vivendo, ou melhor, o qual estamos morrendo.
Moços, parem de nos matar!!!
(Mariana de Almeida)