segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Elevação.
Palavra;
Poesia;
Mantra;
Sentido;
Soneto;
Poema;
Terceto;
Quarteto;
Cantiga;
Gíria;
Letra;
Verso;
Rima;
Hino;
Refrão;
Palavrão;
Oração;
Ode;
Expressão;
Composição;
Sermão;
Declamação;
Declaração;
Intimação;
Hino;
Exaltação;
Som;
Alucinação;
Inefável
Som
Do
Coração
.

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Poeta.

Sou poeta,
Aprendi desde menina
Percorrer os espinhos
Para chegar às pétalas;
Sou poeta,
Atravesso as pedras
Faço-me de poeira
Para chegar ao topo;
O Olimpo dos deuses
Onde tudo é poesia;
E meu verso é de sol
Onde tudo é escuridão;
Sou poeta,
Desde menina
Fiz da palavra
Minha salvação.

A imagem pode conter: Mariana de Almeida, sorrindo, árvore, close-up e atividades ao ar livre

Psico Cotidiano.

Mais uma vez lá ia ela ao mercado com pouco dinheiro e para comprar coisas desnecessárias, era tão insignificante o vício de continuar existindo. Nada que pudesse salvar-lhe a saúde da doença, o pensamento da lucidez e nem nada que pudesse salvar-lhe do abismo que pulara em alguma tarde inescrupulosa da vida.Mais uma vez encontrava-se à noite na fila do mercado com uma enorme vontade de sair correndo, largar tudo, fugir mesmo.Mas pensou no vexame, no gozo dos fascistoides e então guardou a angústia no peito e enquanto contorcia-lhe os dedos, aguardava a sua vez.Pão, frios, vinhos, cigarros, lixas de unhas, algumas verduras, chocolates para as madrugadas e um sabonete novo de rosas que lançaram, nunca se sabe...Tentava se lembrar de algo importante, forçava o pensamento, nunca criava o hábito de fazer listas de compras e assim é óbvio que sempre se esquecia de alguma coisa. Depois queria morrer por ter que voltar ao mercado e passar novamente por toda a via crucis.
"Ah, um quilo de carne!
Eu sei, eu sempre me traio.
Mesmo vendo um cavalo ser açoitado em plena rua no século vinte e um, eu ainda desejo comprar carne!
Eu sou uma filha da puta que não vale nada!
Eu sou a desgraça deste mundo e eu mereço padecer nessa fila interminável e pagar por ela o dinheiro que não tenho.
Eu mereço ser açoitada por todos os bancos em praça pública porque eu não valho nada, eu não mudo nada nunca!
Eu não grito o meu Não nessa fila maldita!
Eu permito a morte! Eu valido assassinatos! Eu sou o que há de pior no mundo!"
Pensamentos assim ocupavam sua mente enquanto lentamente a fila caminhava.
"Se ao menos eu pudesse dar um sinal
Se ao menos alguém me olhasse
Se alguém visse os meus olhos
Se ao menos nós nos falássemos
Será que poderíamos?
Será?"
Próximo, por favor!

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas

Para Cora Carolina*

Porque hoje decidi ser só amor
Porque hoje decidi cozinhar doces
Porque hoje decidi cantar com os pássaros
Porque também hoje decidi calar e sorrir mais
Porque hoje descobri que minha dor cabe no bolso
Enquanto a dor do mundo não cabe em mala nenhuma
Tenho um coração enorme que bate no lado esquerdo
Tem ritmo próprio o sangue bombeado em minha vida
Tem amor demais em minhas células que vencem tumores
Tem poemas demais escondidos no silêncio da minha voz
Alguns, rebeldes, escapam de mim
E ganham o mundo;
Às vezes parecem sonhos
Em vitrines de padarias.
São feitos de fogo e açúcar
Os poemas que faço.

A imagem pode conter: bebida e comida

Uma maldade qualquer.

Às vezes a gente está tão sozinho
Às vezes a gente está tão triste
Tão sem esperança de vida;
Que até um pequeno abuso
Um pequeno insulto
Um pequeno delito
É esperança de carinho;
Pensava que seu abuso
Era só um amor torto ...
Desses que um dia se endireita.
Por fim, entendi
Que amor é outro fim.

A imagem pode conter: flor e natureza

A sede do Peixe.

Ser peixe
Onde o solo é seco
Ser peixe
Onde o ar é tóxico
Ser peixe
Onde o horizonte está turvo
Ser peixe
Onde a mata está sepultada
Ser peixe
É morrer de sede
Em frente ao mar
Morto.

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Sobre escrever.

Escrever é preciso, ser lido já é outra coisa Escrever é necessidade, impulso, grito Ser lido é invasão, dedo na cara, condenação Jul...