Um diário denunciando através de poesias e crônicas as dores e delícias de uma mulher face ao século XXI.
sexta-feira, 13 de janeiro de 2017
Amor que mata não é amor!
Me apaixonei por esse homem
Que parecia tão bom e apaixonado
Era muito protetor e sempre me orientava
Como o seguir para não decepcioná-lo;
Um dia ele se abriu e mostrou as garras
Mostrou logo quem mandava no pedaço
Ele detestava minha autonomia e liberdade
Nem entendia meu riso fácil, sem maldade
Tudo para ele não passava de sacanagem;
Minha alma vivia cortada como carne talhada
Sempre se intrometia nas roupas que eu escolhia
Queria saber o que eu lia, o que eu assistia
Por onde eu andava, o que eu tanto pensava
Com quem eu falava e pra quem eu me mostrava;
Um dia jogou fora todas minhas maquiagens
Não restou base, sombra e nem pó
Para disfarçar no meu rosto a sua marca;
Um dia quebrou a casa inteira
Só porque cheguei atrasada
Por culpa do trânsito da cidade;
Quando era dia de eleição então
Era ele quem determinava
Em quem eu deveria votar
Pois sozinha eu jamais poderia pensar;
Mulher não entende de política
Mulher só sabe brincar de casinha
Ele sempre debochava e eu deixava;
Eu amava aquele homem
Que também prometia me amar
Desde que eu não infringisse
Nenhuma lei por ele imposta.
No começo pensei que ele fosse um príncipe
Mas o seu nome verdadeiro era Machismo
E seu sobrenome que eu hesitei em aceitar
Era Feminicidio.
(Mariana de Almeida)
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