Nós crescemos cercados de drogas
Nas ruas, nas esquinas e nos bares
Nas nossas mães entupidas de hypofagim
Nos nossos pais entupidos de cachaça e anafranil
Nas igrejas que nos vendem tantas mentiras
Nas escolas que nos ensinam a não pensar
As drogas são nossas células de conforto
Roubadas de nós quando fomos rejeitados
Há muito tempo as drogas moldaram nossa habilidade
De nos relacionar com a realidade
Nunca nos sentimos à vontade
Nem nós nem a realidade
Alguma coisa nesse enlace deu errado
Mas nada mais desconfortável
Que uma convivência forçada
Agora conosco estão aí as novas drogas
Do crack ao ecstasy sua vida tão perene
A realidade também ficou mais pesada
E o homem que é mais fraco
É o palhaço desse circo sem graça
E eu já estou muito cansada
Por não conseguir viver nunca à vontade.
Mariana Lima de Almeida
20/01/2010.
Um diário denunciando através de poesias e crônicas as dores e delícias de uma mulher face ao século XXI.
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
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